quarta-feira, 31 de agosto de 2022

JOÃO CLÁUDIO DE VASCONCELOS MACHADO

 



João Cláudio de Vasconcelos Machado -Nasceu em Natal, a 11.07.1914, filho do português Cláudio Duarte Machado, mas foi criado pelo tio paterno, Manuel Duarte Machado e esposa, d. Amélia Duarte Machado. De origem abastada, estudou na Universidade de Cambridge, Inglaterra, obtendo o diploma de Chartered Accountant (Perito em Contabilidade), e viajou por quase toda a Europa: Itália, França, Suíça, Alemanha e Suécia. Dizia: Estudar, para mim, é conhecer gente e terras diferentes(CUNHA LIMA: 1999, 193). Em 1935 iniciou o curso de Direito no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, onde também, como poliglota, trabalhou como relações públicas do IBC-Instituto Brasileiro do Café, recebendo autoridades internacionais. Incursionando pelo jornalismo, teve a oportunidade de trabalhar com os renomados José Cândido de Carvalho e Teófilo de Andrade. Transferiu-se para a seção regional do IBC, em Natal, posteriormente fixando-se na Superintendência de Rendas Estaduais. João Machado, uma das figuras mais populares da cidade, era assíduo freqüentador das rodas boêmias nos bares da época, tais como Bar e Confeitaria Cisne, Confeitaria Delícia, Acácia Bar, Granada Bar, Tenda do Cigano e Bar Dia e Noite, confraternizando com os amigos, dentre os quais Albimar Marinho, Newton Navarro, Berilo Wanderley, Liliu, Zé Areia e, ás vezes, Veríssimo de Melo, José Melquíades, Câmara Cascudo e Sylvio Pedroza, entre outros. Manteve uma coluna diária na “Tribuna do Norte” por vários anos, assim como programas esportivos nas rádios Cabugi e Nordeste. Dirigiu a FND-Federação Norte-rio-grandense de Desportos ao longo de treze anos e presidiu o conselho Deliberativo do Sport Clube de Natal, na rua Chile. Sua irreverência e frase maliciosas levaram muitas vezes à suspensão do programa “Corruchiado”, que produzia diariamente na Rádio Cabugi. Seu nome é lembrado pela cidade no Estádio João Machado, o “Machadão”. Faleceu em Natal, em 20 de fevereiro de 1976.

FONTE FUNDAÇÃO AUGUSTO

 

JOÃO CLÁUDIO DE VASCONCELOS MACHADO

 

Até o mais talentoso dos biógrafos com certeza encontraria dificuldade em fazer uma análise profunda sobre a figura humana do ex-presidente da FNF, João Cláudio de Vasconcelos Machado, ou simplesmente João Machado. Nascido a 11 de julho de 1914, João Machado faleceu aos 62 anos dia 20 de fevereiro de 1976, vítima de derrame cerebral. Machado – ou doutor João, como era comumente chamado pelos que lhe eram mais próximos. Extremamente simples, desprovido de qualquer interesse material, João Machado tinha tudo para herdar da sua tia mãe – Maria Amélia Machado – a viúva Machado, milhares de hectares de terra na Grande Natal.

Quando vivo, o comerciante Manoel Machado, marido de d. Amélia adquiriu terrenos em quantidade, a ponto de ter dificuldade até em administrá-los. A prova é que, herdeiro de tantas terras por ser filho adotivo da viúva Machado  (que não teve filhos)  João pouco ligou em vigiar essas terras. Perdeu-as quase todas, por usucapião, posse, etc. Sempre comentaram – e o falecido corretor Humberto Pignataro confirmava, o hoje bairro de Nova Descoberta era todo da viúva Machado, tia mãe de  João. Lentamente, o povo foi se apossando de um pedaço aqui, outro pedaço acolá. Hoje é um bairro., que abriga até um cemitério.

Filho adotivo de um comerciante português muito rico, com armazém de secos e molhados à rua Chile, na Ribeira,  Machado teve parte dos seus estudos feita na Inglaterra,que era o berço da cultura no começo do século 20. Machado estudou em Londres, mas vivia excursionando em Paris,  Amsterdã, Berna, Viena. Apesar de viajar  tanto pelo Velho Mundo, preferiu fazer o curso de Direito no Rio de Janeiro. Para justificar os estudos na Inglaterra, Machado recebeu diploma de “Chartered Accountant”, ou seja, Perito em contabilidade, com isso satisfazendo um velho desejo do seu pai adotivo, alto comerciante Manoel Machado.

   Ao retornar da Europa, Machado fez os estudos superiores no Rio de Janeiro, ampliou a amizade com o ex-presidente da CBF e da Fifa,o brasileiro filho de belgas,  João Havelange (Jean Marie de Godefrois Havelange) e com o turco residente  no Rio, Abrahin Tebet, tinha trânsito livre na antiga CBD, as amizades lhe valeram bom emprego no Instituto do Café. Na volta a Natal, continuou no escritório do IBC, passando-se depois para o Fisco Estadual.

Aproximação de Machado ao futebol potiguar

Em 1954, dia 02/04 Machado era eleito e assumia a presidência da antiga FND. Sua amizade estreita com Havelange lhe valeu  várias reeleições, chegando a 20 anos como presidente da federação, mudando apenas o vice. Alguns deles foram José Rodrigues de Oliveira, Antônio   Castro, Leonardo Nogueira, Humberto Nesi, Capitão Veiga e  Nilson Gomes. João era relaxadíssimo, adepto da teoria do “lassez-faire”  (deixa estar pra ver como é que fica...), recebeu algumas críticas por isso. Sua vestimenta diária era sua marca registrada.

Em 1972, confiando na amizade com Havelange, autorizou o ABC FC a lançar três jogadores contra o Palmeiras, em jogo do Campeonato Brasileiro, apesar de estarem em situação irregular: Rildo e Nilson, punidos pelo STJD, e Marcílio não regularizado. A CBF puniu o ABC com dois anos de suspensão, abrindo vaga para o América disputar o Brasileirão de 1973 no seu lugar. Depois, a pena foi reduzida para um ano.

João Machado foi convidado e aceitou manter uma coluna diária na TRIBUNA e um programa ao meio dia na rádio Cabugi, denominada ”O Curruchiado de João Machado”, onde gozava todo mundo. Com uma linguagem chula, às vezes pornográfica, colocou apelido em muita gente. Uma das vítimas foi um português que trabalhava na firma Santos & Cia. Ltda, vizinha à TRIBUNA, O português era uma figura simpática, muito gordo, com dificuldade no andar, João apelidou-o de “Desmantelo”. Machado foi presidente de honra durante anos do Clube Atlético Potiguar – tanto que o clube ficou conhecido como “o Atlético do dr. João”. Integrou também o Conselho Regional dos Desportos, ao lado de amigos como Aluizio Menezes, Luiz G. M. Bezerra, Vicente Farache e Procópio Filho, era benemérito da antiga CBD. Toda sua infância foi vivida  no casarão da viúva Machado, ao lado da pequenina igreja do Rosário, centro da cidade.

Machado morreu aos 62 anos, vítima de um derrame quando estava no banheiro. Levado às pressas para o hospital, após o AVC aguardou por muito tempo a chegada de uma ambulância, que eram raras naquele tempo, os médicos tudo fizeram para reanimá-lo, mas sem sucesso. Faleceu às 23h do dia 20 de fevereiro de 1976,  tem túmulo no Cemitério do Alecrim. Deixou viúva d. Dinar, e vários filhos, sendo uma delas médica e outra, enfermeira. Dono de tantas terras em Natal, João Machado viveu nos últimos anos como funcionário do estado,  sua tia mãe Amélia, já bem velhinha. Segundo Woden Madruga, em uma bonita crônica na sua coluna “Jornal de WM” no dia seguinte à morte de João, o grande “Joca Macho” (como também era chamado pelos amigos)  morreu relativamente pobre.

FONTE – TRIBUNA DO NORTE

JOÃO CLÁUDIO DE VASCONCELOS MACHADO

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